O Acontecimento.
Nunca me esquecerei dos bons ventos que me foram soprados durante o último período natalino. Era o seguimento de sonhos que se desencadeariam dali para frente. Entre outros venturosos acontecimentos, eu finalmente ganhava um teclado só para mim, em outras palavras, recebia a oportunidade de aprender a tocar um dos meus instrumentos favoritos. Eu, que sempre fui apaixonada por música, continuava a sofrer por não saber tocar nem um instrumento com propriedade.
Não nego que eu mesma poderia, com as minhas próprias ferramentas, ter ido atrás de um teclado. Porém, as minhas prioridades dos últimos anos haviam sido outras, sempre ligadas à literatura, o que tem um sabor infindável a ser continuamente desvendado. A persistente construção da minha biblioteca pessoal tomava conta absoluta de mim.
Música aliada à literatura sempre me pareceu a união perfeita. Tenho costume de ler absorvida em música – às vezes com playlists específicas para cada tipo de leitura, quase sempre acompanhada de uma aprazível música clássica que, mesmo sendo extasiante por si só, também é um ótimo acréscimo para os livros quando estão sendo acionados. Tudo isso através do toque contínuo de conversas dançantes com os livros, por vezes delirante e até desordenada, mas boa que acaba bem.
Devo enfim lembrar que diante de todos os meus projetos para a vida, abracei um lindo e longo percurso com a música, sobretudo nesses últimos dez anos acompanhando o que vinha sendo produzido por perto de mim. Ainda assim, sempre me achei o tipo perfeito de pessoa para estar constantemente presente na plateia – para admirar e exaltar tanta gente talentosa que encontramos por aí.