Confissões Patéticas, Reflexões tardias
Eu fingi ter mancado diante dos que eram aleijados
Admito também, que me apropriei de outros versos
Ao telefone, no tempo das fichas, aquelas que quando caem
A gente se dá conta de que acabou a ligação
Compus vários sucessos secretos que só eu curti
E já me arrependi por não ter mentido mais
Na entrevista, no interrogatório, olhando nos olhos
Hoje mal consigo seguir sem os meus acessórios
Eu já falei que não estava e me atrasei de propósito
Pedi desculpas da boca pra fora, mas que horrível gesto
De seus parentes, os que mais gosto são os distantes
Ignorei a dor de te ver em mim, aquilo o que mais detesto
Bebi a água direto do gargalo e até cuspi no seu chão
Senti inveja e fugi, adoeci e caí de orgulho e fraqueza
Mesmo que agora eu pareça querer sua aprovação
Acho que é o sinal dos tempos, o fim da beleza
Assumi acertos que não foram meus e escondi os meus erros
Indicando os seus e essas confissões patéticas
Reflexões tardias que um pouco me aliviam
Do fardo de ser apenas humano